segunda-feira, 5 de julho de 2010

As Vagas da Mudança

A primeira vaga aconteceu na agricultura para responder ao aumento da procura de alimentos. Começou-se a utilizar técnicas mecanizadas, a fazer selecção de sementes para novas e melhores culturas, de animais para produção e, com isso, conseguiu-se melhorar a satisfação das necessidades de alimentação.

A segunda vaga aconteceu na indústria metalúrgica, indústria têxtil e transportes um pouco por toda Europa. O artesão deu lugar ao operário, as oficinas domésticas foram substituídas por fábricas, a força braçal começou a ser substituída por máquinas, a manufactura (trabalho manual) por maquina-factura (trabalho com recurso à máquina). As pessoas em massa começaram a ir para as cidades, atraídas pela indústria que dava trabalho a milhares de pessoas e, por sequência, pelo comércio e outros serviços que se instalaram definitivamente nas cidades. Mas como acontece ainda hoje, houve aspectos negativos; as cidades começaram a ficar sujas, poluídas, e a crescerem desordenadas, aumentou a insegurança, o alcoolismo, e doenças. Os salários eram baixos e os trabalhadores trabalhavam 15 ou mais horas por dia, as mulheres e crianças eram a mão de obra mais barata e viviam em péssimas condições de trabalho e de vida.

Perante estas condições começou a haver descontentamento revoltas e agitação social e foi a partir daqui que surgiu o movimento sindical. A invenção da máquina a vapor foi muito importante para a indústria e transportes, a indústria química, a descoberta de novas fontes de energia como a electricidade, petróleo deu lugar a novos avanços técnicos, como a invenção da turbina e motores de combustão.
Entretanto foi surgindo o capitalismo financeiro os empresários recorriam à banca para comprar máquinas e matérias-primas, e começaram a surgir novas empresas, outras faliram porque não conseguiam competir e eram compradas por multinacionais.

A terceira vaga é sem dúvida a das tecnologias informáticas; estamos cada vez mais dependentes delas no nosso dia-a-dia e ninguém pode dar-se ao luxo de parar no tempo, deve estar em formação contínua e adquirir sempre mais conhecimentos. Porque se não vai ter de pedir a alguém que lhe trate dos assuntos e pagar esse trabalho. Eu tenho investido em obter conhecimentos informáticos e já trato de vários assuntos pessoais pela Internet. O meu regresso à escola, com a frequência do curso EFA, foi com o objectivo de aprender ainda mais e estou a conseguir. Tenho contudo a consciência que não posso parar e não vou parar, podem ter a certeza. Os problemas sociais, económicos e políticos vão continuar como aconteceu com as primeiras vagas. Porque são poucas as pessoas com vontade de os resolver e muitas com vontade e poder para que as coisas continuem assim ou piorem…

António Gomes