O natal tornou-se a época festiva por excelência para o consumo. Num mundo globalizado, toda a gente é convidada a participar na festa, gastando as economias de forma irracional e a contento das grandes empresas comerciais. Muitas pessoas vivem hoje praticamente em centros comerciais onde são constantemente bombardeadas com convites para comprar. Os meios de comunicação social, que costumavam ter um conteúdo misturado de informação e de marketing, estão a evoluir no sentido de se tornarem pura propaganda publicitária.
Este estado das coisas devia levar-nos a pensar se não estaremos a ser manipulados por interesses que nada têm a ver com o espírito de natal. É que para o capitalismo, o Natal não significa nada, absolutamente nada, para além de lucros astronómicos. Claro que não podemos deixar simplesmente de consumir porque disso dependem, em última análise, os nossos empregos e a própria sobrevivência económica da sociedade, mas um pouco de moderação e de simplicidade nas ofertas que fazemos, parecem ser mais do que acertadas.
Oferecer produtos locais é uma excelente forma de satisfazer o nosso desejo de dar alegrias aos outros. Aliás, se nos lembrarmos que as ofertas dos Reis Magos ao Menino Jesus vieram das terras onde eles viviam, oferecer uma peça de artesanato local, uma especialidade da doçaria regional, enfim, um produto da terra, é algo bem mais de acordo com o espírito de natal. E se não comprou nada para oferecer, uma palavra de afecto é quanto basta para fazer alguém feliz!
José Pedrosa
ESCV CNO 2009